Diogo Moreira – Está com cor rubi intenso. Andei outra vez atrás dos aromas, pois o vinho é muito complexo e está sempre a mostrar novidades. Tem fruta preta, mas também fruta
mais fresca. Tem cereja e alcaçuz, cacau, café moído, cedro e uma componente
de sous bois que ajuda a transmitir a sensação de frescura. Na boca, mantém a frescura e é muito texturado, parecendo quase doce por causa do enorme volume, com taninos de filigrana. Tem um final guloso e muito longo. Bebia-o
com uma chanfana de javali, pois é um vinho que tem uma conjugação difícil de encontrar que é a elegância aliada a uma grande potência e, como tal, precisa de um prato forte.
Bernardo Saianda – A cor é muito carregada, já com traços de estágio e evolução. No nariz, está muito presente a nota de cacau, mas também sugere fruta vermelha madura e especiarias, que lhe dão grande complexidade. A entrada na boca mostra logo um tanino de veludo, é muito floral, o que talvez tenha origem na Touriga Nacional.
Voltam a aparecer as notas de especiarias, sobretudo a pimenta. No final de boca, os taninos estão mais marcados que no início. Por isso, o vinho pede um prato bem condimentado, talvez uma carne estufada com muitas especiarias.